Quando se completa 70 anos certamente se História de Vida para contar.
Gratidão aos Amigos da Maria Lopes.
Em 1965 com 15 anos, terminei o ginásio e entrei para o Instituo Tecnológico Federal (cursei eletrotécnica) e o que poderia ter sido uma carreira se tornou um pesadelo em minha vida de estudante adolescente por causa do golpe de Estado ocorrido em 1964 com a deposição do Presidente João Goulart.
No primeiro mês de aula do curso, a professora de Português havia realizado um concurso de redação e me classifiquei em primeiros lugar.
O Tema: Quem eu sou ?
Fiquei super feliz e imediatamente como Prêmio recebi a indicação para escrever no jornal do Diretório Estudantil com tiragem de mais de 2 000 exemplares mês.
Claro que escrevendo no Jornal do DCE estávamos unidos a UNE (União Nacional do Estudantes), participávamos de atos tais como os estudantes dos dias atuais.
Para não me estender muito, irei colocar apenas alguns ponto.
Meu pai funcionário público da Rede Ferroviária Federal tinha um salário miserável e passei a receber um auxílio monetário estudantil de um salário mínimo da FORD em convênio com a Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca para compras de materiais escolares e arcar com despesas de transporte, vestuário e alimentação.
Quem eram os professores dos cursos técnicos?Em grande parte , "militares".
No decorrer do período que frequentei o curso, várias vezes as salas de aula foram invadidas por soldados do exército resultando em desaparecimento de alunos.
A aluna e Presidente do Jornal do DCE se tornou uma pessoa com problemas sérios emocionais e de 1968 quando não mais nos vimos por nossa saída da ETFCS, cada qual tomando rumos diferentes na vida. No entanto no ano 2000, finalmente nos reencontramos.
Como? Apesar dos pesares, sempre continuei escrevendo, e por uma matéria que eu havia postado em determinado Jornal da Região dos Lagos no Rio de Janeiro, por meu nome no final da postagem resolveu me procurar em Maricá para confirmar se eu era a pessoa da época da escola técnica quando éramos amigas e atuantes no DCE.
Participei da conhecida Caminhada dos 100 000 (cem mil) em Copacabana, neste dia consegui escapar do local pegando um táxi.
Mesmo com todo um período conturbado consegui quase terminar o curso técnico e faltando apenas dois meses, soldados novamente entraram no colégio que estava preparado para assistirmos a peça teatral Vida e Morte Severina e nova incursão ocorreu neste dia a tarde e então, resolvi desistir do curso que havia conseguindo ser aprovada através de um concurso dificílimo e concorrido com mais de 2000 alunos para as vagas dos cursos técnicos da ETFCSF.
Apesar da desistência a direção disponibilizou meu curriculum para que se houvesse uma oportunidade de trabalho e se mais tarde desejasse retornar para terminar o curso e no entanto me foi de valia pois de posse deste documento, consegui emprego em uma única vaga existente no Centro de Processamento de Dados da Ligth.
Esta é a primeira vez que descrevo um pouco sobre estes fatos intercalados com um período conturbado em nosso país.
Outro episódio que até hoje não consegui apagar, em relação novamente a Professora de Português a quem me referi no início do texto (sempre me dizia que eu deveria estudar Jornalismo) e com o intuito de indicar-me a um emprego me encaminhou para trabalhar na Manchete, no entanto pela primeira e última vez que visitei o Parque Gráfico, acompanhada de um dos Diretores, ao chegarmos ao local, todo o maquinário se encontrava desligado e sem nenhum funcionário no local. Perguntei qual o motivo de não ter ninguém e a resposta foi que por causa do Golpe no Brasil os jornalistas só iam lá rapidamente e as vezes de madrugada para rodar as matérias e que normalmente ocorria de madrugada.
Minha carteira de trabalho se encontrava no Departamento Pessoal e resolvi não aceitar o cargo por imaginar que poderia encontrar maiores problemas trabalhando no Parque Gráfico, tendo em vista ter abandonado o curso técnico por total falta de segurança no ambiente escolar pela conjuntura do Golpe de Estado que atravessávamos no Brasil.
Apesar de todas as dificuldades, consegui ultrapassar, seguindo a orientação da Professora quanto ao caminho do Jornalismo, resolvi em 1976 frequentar o Curso Assis Chateabriand, estagiei no Jornal do Comércio.
Outro fato Interessante deste resumo de minha trajetória de estudante, o professor de Oficina do Curso de Eletrotécnica era também professor de Fitoterapia e ao comentar com Professor Jair que era neta de índia me presenteou com o meu primeiro curso de Terapias, o que me valeu mais tarde em toda minha trajetória de vida, não como técnica mas na área da Saúde me especializando em Acupuntura e Homeopatia e portanto publicando sobre Terapias Complementares e como não creio no acaso, acabei tratando minha ex colega de luta estudantil a Diretora do Jornal Estudantil do DCE da escola técnica, vindo trata-la e seus familiares.
Para quem afirma não ter ocorrido o Golpe militar é por não terem participado do dia a dia de nossa história, assim como nos dias de atuais, eleitores se omitiram e não votaram em pleno ano 2018 o que a me entristece por termos perdido tantas vidas e desaparecidos em prol da Democracia em nosso pais.
Em abril de 2019 completarei 70 anos e aos que estou passando o bastão pela busca de dias melhores para nosso filhos e netos no Brasil, desejo que Sejam Felizes e que o período pós eleições 2018 seja um período breve.
Na História da Humanidade sempre existiram os que se dedicaram na busca de dias melhores e ainda bem que tem os dispostos a percorrerem o caminho do Progresso e da Liberdade.
Aos omissos nas eleições deste ano caberá a seus ombros parte da responsabilidade pela queda da Democracia no Brasil.
Que tenhamos muita sorte a partir deste 1º de Novembro de 2018.
Rio de Janeiro 1º de Novembro de 2019
Desemprego é de 11,8% e atinge 12,5 milhões; informalidade tem novo recorde... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2019/10/31/desemprego-pnad-ibge.htm?cmpid=copiaecola
Rio de Janeiro 1º de Novembro de 2019
Maria Lopes de Andrade.
Gratidão aos Amigos da Maria Lopes.
Em 1965 com 15 anos, terminei o ginásio e entrei para o Instituo Tecnológico Federal (cursei eletrotécnica) e o que poderia ter sido uma carreira se tornou um pesadelo em minha vida de estudante adolescente por causa do golpe de Estado ocorrido em 1964 com a deposição do Presidente João Goulart.
No primeiro mês de aula do curso, a professora de Português havia realizado um concurso de redação e me classifiquei em primeiros lugar.
O Tema: Quem eu sou ?
Fiquei super feliz e imediatamente como Prêmio recebi a indicação para escrever no jornal do Diretório Estudantil com tiragem de mais de 2 000 exemplares mês.
Claro que escrevendo no Jornal do DCE estávamos unidos a UNE (União Nacional do Estudantes), participávamos de atos tais como os estudantes dos dias atuais.
Para não me estender muito, irei colocar apenas alguns ponto.
Meu pai funcionário público da Rede Ferroviária Federal tinha um salário miserável e passei a receber um auxílio monetário estudantil de um salário mínimo da FORD em convênio com a Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca para compras de materiais escolares e arcar com despesas de transporte, vestuário e alimentação.
Quem eram os professores dos cursos técnicos?Em grande parte , "militares".
No decorrer do período que frequentei o curso, várias vezes as salas de aula foram invadidas por soldados do exército resultando em desaparecimento de alunos.
A aluna e Presidente do Jornal do DCE se tornou uma pessoa com problemas sérios emocionais e de 1968 quando não mais nos vimos por nossa saída da ETFCS, cada qual tomando rumos diferentes na vida. No entanto no ano 2000, finalmente nos reencontramos.
Como? Apesar dos pesares, sempre continuei escrevendo, e por uma matéria que eu havia postado em determinado Jornal da Região dos Lagos no Rio de Janeiro, por meu nome no final da postagem resolveu me procurar em Maricá para confirmar se eu era a pessoa da época da escola técnica quando éramos amigas e atuantes no DCE.
Participei da conhecida Caminhada dos 100 000 (cem mil) em Copacabana, neste dia consegui escapar do local pegando um táxi.
Mesmo com todo um período conturbado consegui quase terminar o curso técnico e faltando apenas dois meses, soldados novamente entraram no colégio que estava preparado para assistirmos a peça teatral Vida e Morte Severina e nova incursão ocorreu neste dia a tarde e então, resolvi desistir do curso que havia conseguindo ser aprovada através de um concurso dificílimo e concorrido com mais de 2000 alunos para as vagas dos cursos técnicos da ETFCSF.
Apesar da desistência a direção disponibilizou meu curriculum para que se houvesse uma oportunidade de trabalho e se mais tarde desejasse retornar para terminar o curso e no entanto me foi de valia pois de posse deste documento, consegui emprego em uma única vaga existente no Centro de Processamento de Dados da Ligth.
Esta é a primeira vez que descrevo um pouco sobre estes fatos intercalados com um período conturbado em nosso país.
Outro episódio que até hoje não consegui apagar, em relação novamente a Professora de Português a quem me referi no início do texto (sempre me dizia que eu deveria estudar Jornalismo) e com o intuito de indicar-me a um emprego me encaminhou para trabalhar na Manchete, no entanto pela primeira e última vez que visitei o Parque Gráfico, acompanhada de um dos Diretores, ao chegarmos ao local, todo o maquinário se encontrava desligado e sem nenhum funcionário no local. Perguntei qual o motivo de não ter ninguém e a resposta foi que por causa do Golpe no Brasil os jornalistas só iam lá rapidamente e as vezes de madrugada para rodar as matérias e que normalmente ocorria de madrugada.
Minha carteira de trabalho se encontrava no Departamento Pessoal e resolvi não aceitar o cargo por imaginar que poderia encontrar maiores problemas trabalhando no Parque Gráfico, tendo em vista ter abandonado o curso técnico por total falta de segurança no ambiente escolar pela conjuntura do Golpe de Estado que atravessávamos no Brasil.
Apesar de todas as dificuldades, consegui ultrapassar, seguindo a orientação da Professora quanto ao caminho do Jornalismo, resolvi em 1976 frequentar o Curso Assis Chateabriand, estagiei no Jornal do Comércio.
Outro fato Interessante deste resumo de minha trajetória de estudante, o professor de Oficina do Curso de Eletrotécnica era também professor de Fitoterapia e ao comentar com Professor Jair que era neta de índia me presenteou com o meu primeiro curso de Terapias, o que me valeu mais tarde em toda minha trajetória de vida, não como técnica mas na área da Saúde me especializando em Acupuntura e Homeopatia e portanto publicando sobre Terapias Complementares e como não creio no acaso, acabei tratando minha ex colega de luta estudantil a Diretora do Jornal Estudantil do DCE da escola técnica, vindo trata-la e seus familiares.
Para quem afirma não ter ocorrido o Golpe militar é por não terem participado do dia a dia de nossa história, assim como nos dias de atuais, eleitores se omitiram e não votaram em pleno ano 2018 o que a me entristece por termos perdido tantas vidas e desaparecidos em prol da Democracia em nosso pais.
Em abril de 2019 completarei 70 anos e aos que estou passando o bastão pela busca de dias melhores para nosso filhos e netos no Brasil, desejo que Sejam Felizes e que o período pós eleições 2018 seja um período breve.
Na História da Humanidade sempre existiram os que se dedicaram na busca de dias melhores e ainda bem que tem os dispostos a percorrerem o caminho do Progresso e da Liberdade.
Aos omissos nas eleições deste ano caberá a seus ombros parte da responsabilidade pela queda da Democracia no Brasil.
Que tenhamos muita sorte a partir deste 1º de Novembro de 2018.
Rio de Janeiro 1º de Novembro de 2019
Desemprego é de 11,8% e atinge 12,5 milhões; informalidade tem novo recorde... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2019/10/31/desemprego-pnad-ibge.htm?cmpid=copiaecola
Rio de Janeiro 1º de Novembro de 2019
Maria Lopes de Andrade.
https://youtu.be/JqKowDw3gas
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